Os militares chegaram imediatamente ao local, arrombaram a porta e encontraram o corpo mutilado do cabeleireiro Gilvan Firmino Pereira, mais conhecido como Willians, atrás de um sofá, na sala de sua casa.
Funcionários de estabelecimentos comerciais vizinhos revelam que a vítima é natural de Recife. Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu aproximadamente às 3h, quando vizinhos disseram ter ouvido gritos.
Fernando Alves, de 20 anos
Arma principal do crime
De acordo com oo Cabo Nelson, responsável pela ocorrência, após o levantamento das características, Fernando Alves, de 20 anos, foi localizado e detido ainda pela manhã, menos de meia hora após a polícia ser acionada, portando duas facas em uma Kitnet próxima ao Hospital Universitário Alzira Vellano. Ao ser preso, o assassino confessou o crime.
Durante a coletiva de imprensa que ocorreu nesta tarde (quinta-feira, 25) na Delegacia de Alfenas, Fernando revelou que além de retaliar o corpo, retirou o fígado da vítima e assou em uma sanduicheira elétrica para comer. "Estava sem sal, a carne era ruim então dei para o cachorro", revela sem esboçar arrependimento.
Sanduicheira elétrica usada para assar o fígado da vítima
Após a coletiva foi realizada a reconstituição do crime onde o assassino revelou os mínimos detalhes de como o crime aconteceu. No local, representantes do Movimento Gay de Alfenas, manifestavam contra homofobia. André Novais, representante do movimento, pede que a justiça seja feita e parabeniza a polícia pela rápida ação ao prender o autor. Ele lembra o caso que ocorreu em Campos Gerais este ano, quando a travesti Paulinha foi assassinada com 31 facadas. " Diferente daqui, em Campos Gerais o assassino ainda está perambulando nas ruas", diz. André alerta as autoridades quanto ao aumentando da violência contra homossexuais não só em grandes cidades, mas também no interior.
Fernado falou abertamente a imprensa sobre a crueldade do crime
André Novais (esquerda) e outros integrantes do Movimento Gay de Alfenas
Segundo o delegado Leonardo Bueno Procópio, encarregado pelo caso, a vítima acolhia o assassino em sua casa para usar drogas. Neste dia Fernando foi despejado e procurou abrigo na casa de Gilvan, ele chegou a levar alguns de seus pertences e seu cachorro.
Fernando mostra como deferiu os golpes que mataram a vítima
O delegado revela que primeiro a vítima tentou ter relações com o autor que se recusou. Em seguida eles foram comer em uma lanchonete das proximidades, Fernando voltou na frente e esperou Gilvan com a faca na cintura. Quando este chegou a sua residência houve uma segunda tentativa de assédio. Neste momento dois conhecidos do assassino, Fábio Silva de 31 anos e Ricardo Bressane Neves de 20 anos, foram até a porta da residência em uma motocicleta que ficou estacionada pouco abaixo da garagem.
Após o crime Fernando fez café e tomou diante do corpo desfigurado
Ricardo, que pilotava a motocicleta, disse ter ido até o local atendendo um chamado de Fernando e afirma ter descido do veículo se dirigindo até o portão onde viu o início da discussão e a primeira facada,deferida no peito da vítima, que ocorreu na garagem da casa. Assustado, o rapaz subiu na moto e foi embora. Fábio Silva teria ficado na garupa da moto e disse não ter visto o crime. Ao esfaquear Gilvan, Ferdando acabou se ferindo mão esquerda.
Na seqüência do crime, a vítima tentou subir as escadas para pedir socorro aos moradores do andar de cima, mas foi esfaqueado pelas costas e depois atirado ao chão onde levou um chute na cabeça e veio a falecer.
Fernando arrastou o corpo para dentro e se encarregou de limpar o sangue da garagem. Das 03h30min até o amanhecer Fernando revela que ficou retalhando o corpo de Gilvan. A ponta do nariz foi cortada, a boca desfigurada, inúmeros cortes pelo braços. Durante a reconstituição, Fernando disse que arrancou o pênis e o colocou na boca da própria vítima, os testículos foram atirados ao cachorro. "Ele queria me chupar, ele que chupe ele mesmo", disse Fernando sem esboçar qualquer arrependimento. Ele também abriu a barriga da vítima e arrancou as entranhas com as próprias mãos, chegando a assar o fígado e tentou comer, contudo acabou jogando para o cachorro. Fernando chegou a jogar um líquido inflamavel no corpo, no entanto desistiu de atear fogo.
Reconstituição do crime
Fernando ainda revela ter tingido a vítima com tinta para cabelos e descarregado um extintor de fogo dentro do corpo. Ao amanhecer o assassino foi até a padaria ao lado da residencia e tentou comprar pão e cigarros na conto da vítma. Ele então voltou para dentro da casa fez café e tomou tranquilamente diante do corpo mutilado. Antes de sair da cena do crime o assassino ainda pisou na cabeça da vítima o que resultou no esmagamento do crânio.
Segundo amigos de Fernando, que é natural de Alfenas, ele era de boa família, ganhava um bom salário como garçom e após o envolvimento com o crack sua vida desmoronou. Fernando aguardará o julgamento em regime fechado e segundo o delegado Leonardo Bueno, responderá por homicídio triplamente qualificado.
Fernando responderá por homicídio triplamente qualificado