Em entrevista ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro, publicado neste final de semana, o ator André Gonçalves, pai de três filhos, que vive o homossexual afeminado Áureo da novela Morde e Assopra, falou sobre beijo gay na tevê e homofobia. Gonçalves, que viveu um dos primeiros personagens gays assumidos da teledramaturgia brasileira, Sandrinho, de A Próxima Vítima (1995), deu uma ótima definição da violência contra os homossexuais. “A gente ainda tem experiências de violência nas ruas. As pessoas são agredidas porque estão usando uma roupa diferente. Tem casais gays que são expulsos de restaurantes porque estão se beijando. Há os skinheads, os pitboys, os evangélicos. São todos bitolados. É como o torcedor de futebol fanático, que é agressivo, violento, sem se dar conta”.
O ator diz que evita sair para não sofrer homofobia por causa de seu personagem e lembra que por causa de Sandrinho já viveu três experiências violentas, por confundirem ele com o personagem homossexual. Segundo o ator, no senso comum, todo ator é “veado”. “Não sou mais inocente. Algumas pessoas partem do princípio de que todo artista é veado. Tive três experiências bem ruins de violência naquela época (1995). Não frequento lugares em que as pessoas pensam assim. Eu não vou a boates, raves. Vou à feira, à praça, ao parque", afirmou o ator que desta vez percebe uma recepção mais carinhosa por causa de seu personagem.
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